Não é, e nem pode ser coincidência, que a mitologia Egípcia, Grega e Romana, cujos povos surgiram bem mais tarde que o povo Africano (e alguns até oriundo de lá), seus deuses, tenham muita verossimilhança com os elementais (Deuses) africanos, a interligação é muito grande e muito forte, o Deus da caça, da colheita, da chuva, do vinho, da fecundidade, do amor, da saúde...acaso seriam eles, povos atrasados, ignorantes, imaginativos? Povos que hoje são considerados a base da humanidade moderna. Muita semelhança também está presente, na criação do mundo, segundo textos bíblicos, com a dos africanos, do povo yorubano, o homem sendo feito do barro (na história yorubana é moldado por Ajálá, o orixá fun-fun moldador de Orí - cabeça -), moldado e recebido vida pelo sopro do Criador; a separação do paraíso com a terra pela ira de Deus, com a história da separação do Áiyé e o Orún.
O mercado, na região yorubá, tem a mesma função do Agora dos gregos ou o Fórum dos romanos: um lugar de reunião, onde todo os acontecimentos da vida pública e privada são mostrados e comentados. Não há nascimento, casamento, enterro, festa organizada por grupos restritos ou numerosos,, iniciação ou cerimônia para os orixás, que não passem pelo mercado.
No Brasil essa noção da "passagem ao mercado" continua presente e pode ser constatada quando os noviços no "dia do nome", são convidados a anunciá-lo claramente "para que todos ouçam seja na cidade e no mercado".
Alguns missionários, os primeiros que lá chegaram, constataram estas coincidências, mas não as revelaram, ao contrário, foram usadas as lendas de forma negativa, difundindo a imagem de povo politeísta, profano, tentando impingir-lhes a figura de um novo Deus, como único e verdadeiro,
Tentaram e ainda tentam por todos os meios, que este povo aceite um Deus de vingança, e de terror, que caso algum ser humano caia em pecado, será jogado no fogo de um inferno também criado por eles para imprimir medo aos que não são seguidores nem acreditam em seus credos.
Conseqüências, que acompanharam esses povos, quando da sua transferência ao Mundo novo por ocasião da escravidão, e desta feita, sofrendo com intensidade, toda carga repressiva pelo culto da sua religião, não sendo dado, importância, a toda sua história, origem, cultora e procedimentos.
Que de uma forma muito tímida, e, infinitamente pequena, perante sua grandeza e liberdade tolhida, hoje tentamos resgatar e lhes dar o seu devido valor. O que nada mais é que nosso dever e obrigação, e ainda assim, seus seguidores, nos dias de hoje, são discriminados, e, algumas pessoas, entre elas, "novos" pastores, despreparados ou de má fé, por algum interesse ou comando, se aproveitando de uma situação atual, que parte de uma mídia lhes permite; agem como aqueles primeiros missionários, usando de forma negativa, os hábitos e usos, do qual alguns são ainda primitivos (até mesmo pela sua inocência, manutenção dos costumes e tradições, e muito mais por um ato de fé), para se beneficiarem, a atraírem mais fiéis, ou, contribuintes. Contudo a história ainda não está terminada, e, o passado revela que as perseguições, com o tempo, nada valeram, ao contrário, revelaram o engano cometido.